A casa é um refúgio, onde guardamos nossa intimidade. Será mesmo? Aparentemente, não para todo mundo. Uma de nossas leitoras conta uma história que mostra que nem todo mundo faz tanta questão de privacidade assim.
Desde que se mudou para o prédio, há dois anos, toda vez que passa pela portaria, nossa leitora é obrigada a ver exposta a intimidade da família que mora em um dos apartamentos do andar térreo. É que naquela casa, a porta está sempre aberta. E, como quem entra no prédio precisa passar em frente a ela, acaba vendo tudo o que se passa lá dentro.
— É um desfile de passeios íntimos e bizarros. É desagradável compartilhar, sem querer, a intimidade alheia e constrangedor saber que meus familiares e convidados também são obrigados a assistir ao “espetáculo” como se vivêssemos em um reality show — nos conta, chocada.
Tudo o que ela quer, continua, é que eles fechem a porta. Uma reivindicação repetida inúmeras vezes ao longo de dois anos tanto ao zelador quanto ao síndico. Sem qualquer solução até hoje.
— Vivemos em um condomínio, onde há regras, deveres e direitos a serem respeitados — indigna-se.
Para o advogado Renato Anet, a solução é convocar uma assembleia específica para tratar do assunto e tentar fazer uma alteração do regulamento interno do condomínio ou da convenção, se não houver regulamento:
— Neste último caso, o quórum necessário para aprovação é de dois terços dos condôminos, de forma a incluir norma proibitiva deste comportamento e atribuição de multa pelo seu descumprimento. É realmente uma situação muito constrangedora para todos que por ali passam.
Fonte: O Globo